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INSTABILIDADE RECORRENTE E CRÔNICA DO COTOVELOANATOMIA DO COTOVELO

A instabilidade do cotovelo é definida como uma frouxidão na articulação do cotovelo aos movimentos, muitas vezes ocorre como resultado de um trauma com luxação do cotovelo.

Anatomia: 
O cotovelo é formado pelo osso do seu braço (úmero) e os dois ossos do antebraço (rádio e ulna).

O Cotovelo

Nos lados medial e lateral do cotovelo, os ligamentos colaterais mantêm a articulação do cotovelo unida e trabalham para evitar a luxação. Os dois importantes ligamentos são o ligamento colateral lateral (externo) e o colateral medial ou ulnar (interno). Os músculos que atravessam a articulação do cotovelo também contribuem para a estabilidade da articulação.

cotoveloarticulacao

Descrição: 

Existem três tipos diferentes de instabilidade recorrente do cotovelo:

Instabilidade rotatória póstero-lateral: O cotovelo varia devido a uma lesão do complexo do ligamento colateral lateral.

Instabilidade em valgo: O cotovelo é instável devido a uma lesão do ligamento colateral ulnar, estrutura localizada no interior do cotovelo.

Instabilidade rotatória póstero-medial em varo: Neste caso há uma lesão do complexo ligamentar colateral lateral, além de uma fratura do processo coronóide.

Causas:

Existem diferentes causas para cada um dos diferentes padrões de instabilidade recorrente do cotovelo:

A instabilidade rotatória póstero-lateral é o tipo mais comum de instabilidade recorrente do cotovelo. É tipicamente causada por um trauma, como uma queda com a mão estendida.

Instabilidade Rotarória

A instabilidade rotatória póstero-medial em varo é tipicamente causada por uma queda sobre o cotovelo.

Sintomas: 
A instabilidade recorrente do cotovelo pode causar dor, travamento ou sensação de que o cotovelo pudesse sair do lugar, principalmente quando se tenta  empurrar algo com cotovelo fletido a 90 graus ( p. ex. empurrar uma cadeira). Os atletas podem ter dor na face interna do cotovelo durante o arremesso.

Exame Clínico:
O exame clinico inicia-se pela inspeção do cotovelo, avaliando condições de pele, presença ou não de hematomas, edema, hiperemia, deformidades, seguindo para avaliação de movimentos, amplitude, crepitações, instabilidade e finalizando em manobras específicas.

Na instabilidade em valgo, o cotovelo é colocado em 20, 30 graus de flexão, antebraço supinado e uma tensão em valgo é aplicada, teste positivo se houver dor ou abertura de interlinha medial acima de 1 cm.

No caso de instabilidade rotatória póstero-lateral, o teste é feito com paciente em decúbito dorsal, o braço é elevado sobre a cabeça do paciente, ombro é colocado em rotação externa e antebraço supinado, faz-se uma força em valgo, supino, axial, fletindo lentamente. Neste caso observa uma luxação da cabeça radial, por volta dos 40 graus de flexão.

No caso de instabilidade rotatória póstero-medial em varo, o teste deve ser feito com braço abduzido a 90 graus, ombro em rotação neutra enquanto paciente flexiona e estende o cotovelo, nota-se dor e sensação de instabilidade.

Exames complementares: 

Raios-x
Embora os raios X não possam mostrar tecidos moles como os ligamentos, eles podem ser úteis na identificação de fraturas, luxações ou desvios articulares.
Ressonância magnética pode evidenciar alterações nos ligamentos, músculos ou tendões, porém geralmente não são necessários para um diagnóstico de instabilidade do cotovelo, que é basicamente clínico.

Identificação de Fraturas

Tratamento:
O tratamento conservador (não cirúrgico) é eficaz na maioria dos pacientes com instabilidade em valgo. A exceção é atleta arremessador com rompimento completo do ligamento colateral ulnar, que podem necessitar de tratamento cirúrgico.

Alguns casos de instabilidade rotatória póstero-lateral também podem melhorar com o tratamento não cirúrgico, com fisioterapias e reforço muscular. Caso sintomas de dor e/ou instabilidade persistir após 3 a 6 meses, há indicação cirúrgica com reconstrução ligamentar, com ou sem enxerto e plicatura de capsula posterior.

 

 

Instabilidade Póstero-Medial

A instabilidade póstero-medial em varo quase sempre requer cirurgia para reparar a fratura de coronóide e a lesão do ligamento. Sem cirurgia, esta lesão pode levar à instabilidade crônica e degeneração precoce da articulação do cotovelo.

Reabilitação:
A reabilitação geralmente começa na segunda semana após a cirurgia. A tala gessada será substituída por uma órtese removível, para iniciar movimentos suaves de flexo-extensão. O objetivo é recuperar toda a amplitude de movimento em 6 semanas após a cirurgia.

Exercícios de fortalecimento são frequentemente prescritos 3 meses após o procedimento, e a maioria dos pacientes retorna a atividades completas por 6 meses a um ano após a cirurgia.

Atletas de arremesso podem precisar de até um ano de reabilitação antes de voltar para esportes competitivos.